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ACAMPAMENTO SINISTRO 2

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1ACAMPAMENTO SINISTRO 2 Empty ACAMPAMENTO SINISTRO 2 Ter Fev 10, 2009 3:43 am

fukipe

fukipe

Repetir, repetir... A mesma fórmula, fórmula... Pode ser, ser... Muito chato, chato... Em muitos casos, casos... Viu? Possivelmente se eu continuasse com esta brincadeira o leitor certamente resolveria arrumar coisa melhor para fazer. hehehe... Acontece que, quando se trata do cinema, a coisa não muda muito, se a base aplicada é a mesma sempre - até quem gostou de um filme pode ficar sem paciência com a continuação, e é isso que acontece com ACAMPAMENTO SINISTRO 2.

Quem leu o artigo sobre ACAMPAMENTO SINISTRO sabe por tabela boa parte das informações sobre esta continuação, no entanto pra quem não tem mais saco de ler tudo de novo, vou resumir:
os direitos sobre duas continuações de SLEEPAWAY CAMP foram vendidos pelo diretor e roteirista Robert Hiltzik para a produtora Double Helix sob a pessoa de Jerry Silva, também produtor do original. Fritz Gordon re-elaborou o roteiro e a Double Helix chamou Michael A. Simpson, dando um milhão de dólares para a confecção dos dois filmes. Pamela Springsteen foi contratada para personificar a assassina transexual Ângela Baker, devido a indisponibilidade de Felissa Rose, e as duas películas foram rodadas ao mesmo tempo, pois desta forma se economizaria tempo e orçamento.


Então assim ficou fácil para que Michael A. Simpson fizesse este seu segundo filme, re-aproveitando as locações utilizadas na produção anterior (apenas deu uma faxina no lugar) e substituindo o elenco; tudo o que Robert Hiltzik precisou fazer na história era inventar uma desculpa bem vagabunda para colocar Ângela Baker no acampamento e colocar mais um monte de manés em mortes criativas e sangrentas para preencher o espaço vazio de tempo. O próprio diretor afirmou que a agenda era apertada: "Para SLEEPAWAY CAMP 3 tivemos pouco tempo de pré-produção, praticamente um fim de semana". Por isso mesmo ACAMPAMENTO SINISTRO 2 (ou SLEEPAWAY CAMP 3 - TEENAGE WASTELAND no original) é o mais fraco da série e um pouco mais tarde saberemos mais motivos.


O filme começa com a volta de nossa assassina favorita ao acampamento um ano depois do que aconteceu em ACAMPAMENTO SINISTRO, mas para que isso aconteça desta vez Ângela toma o lugar de uma das verdadeiras campistas, porém agora de uma maneira ainda mais escandalosa e caricata que no filme anterior: Maria Nicastro (Kashina Kessler) é perseguida por Ângela dirigindo um baita dum caminhão de lixo em plena luz do dia até um beco sem saída e é atropelada!!! Ninguém na rua vê ou ouve nada e o corpo da jovem é prensado no caminhão, simples assim.

O acampamento Rolling Hills - que agora se chama New Horizons - mudou também de donos: o velho sacana Herman (Michael J. Pollard, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante em 1968 por BONNIE E CLYDE – UMA RAJADA DE BALAS e totalmente deslocado aqui) e sua esposa Lilly Miranda (Sandra Dorsey). Neste local a jornalista Toni Richards (Randi Layne) faz uma matéria sobre a reabertura do lugar e também uma tal "experiência", que basicamente consiste em pegar duas porções de jovens - um tanto de ricos e outro tanto de pobres - para acamparem juntos. Não me pergunte, não faço a MENOR idéia de qual é o objetivo disso... Enfim, todos são apresentados na reportagem, porém não vou me dar ao trabalho de dizer seus nomes aqui já que rapidamente vão virar carne de açougue mesmo, basta saber que são doze estereotipados patetas, mocorongos, promíscuos e/ou drogados.


Depois da reportagem Toni, sabe-se lá porque também, imagina que Maria/Ângela é traficante de drogas e pede um grama de cocaína. Obviamente ela lhe dá outro troço branco (sapólio, veneno de formiga, maisena... Use sua imaginação) e faz a mulher morrer no meio do caminho.


Todos recebem camisetas e são comunicados que serão misturados e divididos em três grupos, um fica com Herman, outro com Lilly e o terceiro com Barney Witmore (Cliff Brand), que convenientemente como o sobrenome já entrega é o pai de Sean Whitmore, jovem morto por Ângela em ACAMPAMENTO SINISTRO. E assim, vão acampar no mato e a matança se inicia mais uma vez.

Repararam como não foi preciso muito esforço para descrever o roteiro? É aí onde mora o perigo deste filme, porque já não havia história suficiente a ser contada em SLEEPAWAY CAMP 2, porém havia um certo quê de "novidade" nas mortes sangrentas e violentas, portanto o que sobra para a parte 3 é totalmente descartável e inferior em todos os aspectos. Quando os personagens são apresentados, a coisa funciona de forma inteiramente repetitiva e redundante: alguém é morto, cria-se uma nova situação e outro alguém é morto e por aí vai... A diferença é que Ângela Baker se tornou uma assassina um pouco mais "temática" no melhor estilo Freddy Krueger, matando conforme as características físicas ou psicológicas de suas vitimas, como o fanático por bombinhas que morre com uma delas explodida no nariz.


Porém não dá pra fechar os olhos para momentos ridículos do roteiro como o Rap que Ângela faz exclusivamente para matar Riff (Daryl Wilcher) - que é chegado no som e não pára de ouvir desde o princípio da projeção - e o "jogo mortal" promovido pela assassina ou que não há mais uma motivação definida para Ângela fazer suas vitimas comer capim por baixo.

Michael A. Simpson faz novamente o trabalho do operário padrão, cometendo os mesmos acertos (ritmo veloz e nudez gratuita) e erros (malditas tomadas diurnas!) de ACAMPAMENTO SINISTRO, se saindo até um pouco melhor, todavia há um problema que não havia no anterior, com muitas mortes acontecendo off-screen e pouco sangue espirrando. Segundo o próprio Simpson a culpa é da censura: "Tivemos problemas com a MPAA (N.A.: Órgão que classifica a censura dos filmes nos Estados Unidos) principalmente na cena da morte de Cindy e Lilly" - o diretor continua - "Tivemos que cortar as cenas para não ficarmos com uma classificação X (N.A.: proibido para menores). Esses caras não tem senso de humor ou aventura". Foram muitos os cortes em quase todas as mortes que conseqüentemente estão no VHS lançado no Brasil pela extinta Vic Vídeo, apenas a versão disponível no DVD distribuído pela Anchor Bay nos Estados Unidos possui todas estas "tomadas estendidas" e realmente fazem MUITA falta. Só para terem dois exemplos, na versão sem cortes, após a cena em que a patricinha Cindy (Kim Wall) é "largada" do mastro, pode-se ver uma boa quantidade do cérebro da garota no concreto (nas filmagens foi usado cérebro de porco) ou quando o campista Bob (Haynes Brooke) tem os braços amarrados numa árvore e arrancados por um jipe, na versão do diretor, podemos ver os membros saindo do tronco (do rapaz, não da árvore... hahaha...).


Simpson também teve problemas nítidos com o orçamento: aparentemente SLEEPAWAY CAMP 2 gastou mais do que deveria e, precisando conter gastos para esta produção, o diretor fez algumas “trocas econômicas”, como colocar placas feitas com papel sulfite no acampamento e não colocar nenhum figurante (nem um médico, um policial ou mesmo um andarilho aparecem no lugar), isso exala amadorismo até para um filme de baixo orçamento.


Isto não significa que o filme é um lixo ou que o espectador é condenado a danação, quer dizer apenas que é repetitivo e datado, mas existem momentos inspirados e divertidos que no fim das contas causarão o mesmo efeito de ACAMPAMENTO SINISTRO: quem gostou vai gostar menos, e quem odiou vai continuar com o mesmo sentimento, mas em maior escala.



SLEEPAWAY CAMP 4 - THE SURVIVOR E SLEEPAWAY CAMP BERSERK


Desde 1988 a figura de Ângela Baker ficou mantida na "gaveta" e a franquia adormecida, até que em 1992 a Double Helix tentou fazer mais uma continuação. Para que esta nova seqüência tomasse vida, Tom Clohessy (em seu único trabalho registrado) escreveu um tratamento de roteiro que foi produzido e dirigido por Jim Markovic (que anteriormente dirigiu o mezzo documentário, mezzo Leexploitation THE REAL BRUCE LEE). O elenco é composto por Carrie Chambers (KARATE COP), John Lodico e Victor Campos (SCARFACE).

Espera um pouco... Este filme tem apenas três atores??? Sim, porque o projeto rendeu apenas uns poucos dias de filmagens em Nova York e foi logo abandonado e engavetado pela produtora Double Helix.
A história, elaborada por Clohessy, usa elementos dos três filmes, na forma da personagem Allison (Chambers), que sofre com pesadelos dos massacres proporcionados por Ângela Baker e a amnésia que impede de saber seu verdadeiro passado.


Assim, Allison procura respostas indo a fonte de seus pesadelos para descobrir se realmente é Ângela Baker. Porém na floresta próxima ao acampamento que a mulher se dirige, todos os habitantes que encontra, do policial Jack (Lodico) ao caçador David (Campos), querem cercá-la e lhe fazer algum mal, enquanto flashbacks amarram os demais filmes da série.

A filmagem realizada ficou inédita por 10 anos até o lançamento de uma edição limitada do box Sleepaway Camp Survival Kit pela Anchor Bay em 2002. Disponível como um disco extra, o DVD contém 34 minutos da filmagem "crua" e um teaser trailer, criado mesclando parte das filmagens e cenas dos filmes anteriores. Porém hoje está fora de catálogo e é relativamente difícil de ser encontrada, mas se não encontrar não se preocupe, pois apesar de curioso é um tanto chato de se assistir, apenas vários takes das mesmas cenas e testes de câmera.

E o que é SLEEPAWAY CAMP BERSERK? Michael A. Simpson, usando a ajuda do escritor de livros Fred Willard, escreveu um script para um novo capítulo da saga de Ângela Baker, entretanto, ao contrário do diretor do original Robert Hiltzik, esta seria uma continuação direta dos eventos de ACAMPAMENTO SINISTRO e ACAMPAMENTO SINISTRO 2.

Este roteiro praticamente abandona a veia cômica imprimida nos dois filmes anteriores e dá um clima sombrio com um toque sobrenatural inexplorado até então. Esta motivação do diretor para ressuscitar a franquia e de se fazer algo diferente é relacionada com a saturação dos slashers e fazer a história de Ângela Baker uma mitologia, começando com uma Ângela de meia-idade e amadurecida, com explicações sobre passado e presente (chocantes, segundo o diretor), quase tornando a assassina num novo Hannibal Lecter.

A história traz de volta o acampamento Rolling Hills ou New Horizons como cenário, porém agora se tornou um local para reabilitação de jovens, e um ônibus leva 12 deles mais alguns monitores para o lugar que brevemente se tornará um matadouro. A "mocinha" é Amanda - que tem tendências para se automutilar - e o enredo é composto de personagens com problemas reais e alguns alívios cômicos.

As coisas começam a dar errado com a aparição da assassina (ou seriam assassinos?) despachando-os de maneiras brutais e com emboscadas. Assim os campistas precisam sobreviver enquanto sabemos mais sobre motivações e certos esclarecimentos da suposta "invulnerabilidade" da famosa assassina. Também encerra de maneira definitiva a história de SLEEPAWAY CAMP com Ângela Baker e dá início a um novo ciclo.

Antes que o fã se empolgue, de acordo com Simpson, o roteiro por enquanto está apenas no status "e se acontecesse assim?", futuramente este roteiro poderia se desenvolver em outras mídias, como os quadrinhos, mas não está descartada a hipótese de que venha a ser filmada. De fato eu acharia muito interessante se tivéssemos duas linhas de pensamento paralelas para a franquia, uma de Hiltzik e outra de Simpson (um multiverso tipo Terra 1 e Terra 2, entende?). Quem sabe se a idéia frutificar até poderíamos ter um crossover entre a Ângela de Felissa Rose e a Ângela de Pamela Springsteen, não acham?


Agradecimentos e mais informações:Pra encerrar, pela terceira vez queria deixar meu agradecimeto aos fãs e webmasters do site Sleepaway Camp Movies, Jeff Hayes, que contém um enorme arsenal de informações, que tiveram parte do grande conteúdo informativo reproduzido neste artigo (especialmente sobre os filmes da série que não foram desenvolvidos), para quem quer saber muito mais sobre SLEEPAWAY CAMP e seus desdobramentos vale uma visita.

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